Neurocirurgião alerta sobre a importância do uso do capacete

Neurocirurgião alerta sobre a importância do uso do capacete

Andar com o capacete no braço ou simplesmente ignorá-lo, infelizmente ainda é uma prática comum entre muitos motociclistas que circulam pelo interior do Alagoas, em especial pelas estradas vicinais da zona rural. Muitos desses condutores, que insistem em ignorar as leis de trânsito, acabam pagando um preço bastante alto, que na maioria das vezes pode custar a própria vida.

Somente no ano passado, a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, atendeu 11.747 pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 10.584 tiveram o envolvimento de motocicletas, ou seja 90%.

Apesar de não haver informações oficiais sobre a quantidade de pacientes que não utilizavam o capacete no momento do acidente, sabe-se que boa parte dos casos de lesões cerebrais que chegam ao hospital tem relação direta com o desuso do equipamento de segurança.

Constatação - O estudante Marcos André Soares foi mais uma vítima desse tipo de imprudência. Aos 22 anos de idade, o jovem perdeu o controle da motocicleta e chocou-se contra uma estaca de concreto às margens de uma rodovia vicinal. Internado na UTI da Unidade de Emergência do Agreste, com Traumatismo Craniano Encefálico (TCE), familiares do rapaz confirmam que ele não utilizava o capacete no momento do acidente.

As lesões na região da cabeça podem ser consideradas leves e graves. Nos casos mais simples podem provocarconcussão cerebral ou perda de consciência momentânea. Já as fraturas de crânio ou hemorragias intercranianas são consideradas os casos mais delicados deste tipo de lesão.

De acordo com o neurocirurgião da Unidade de Emergência do Agreste, Leandro Barreto, alguns tipos de lesões podem provocar sequelas para toda a vida. “As sequelas vêm desde as lesões mais leves, que podem provocar a perda de memória, irritabilidade e insônia, até as lesões mais graves, que acometem o paciente com a perda de movimentos, perda da fala, da audição e desorientação”, frisou.

Ainda segundo o especialista, ainda estão ligadas a neurologia os traumatismos na coluna cervical, que muitas vezes tornam as vítimas paraplégicas ou tetraplégicas. A recuperação, segundo o especialista, é lenta e varia conforme a idade. “A recuperação neurológica é um processo lento, onde deve haver força de vontade e paciência. Quanto mais velho for o paciente, mais lenta é a recuperação, muitas vezes por conta de outros problemas de saúde, a exemplo da pressão alta, diabetes, entre outros”, frisou.

O Capacete – O capacete é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) ao motociclista que, geralmente, possui validade de três anos. No momento da compra é importante verificar se ele tem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A proteção do motociclista não se limita apenas ao uso do capacete, mas sim ao uso correto do equipamento. A alça também deve ser bem colocada, uma vez que se ela não tiver devidamente encaixada, o condutor pode ter ferimentos graves na cabeça, pois com o impacto o capacete pode voar e deixar o motociclista totalmente vulnerável.

Os preços do equipamento variam bastante. Os mais baratos variam na faixa dos R$ 150 e os mais caros podem custar R$ 1.200. Alguns desses mais caros ainda oferecem viseira de fibra de carbono e airbag interno, proporcionando mais segurança com a diminuição do impacto em caso de acidente.

Estatística – Estudos realizados pelo site Mapa da Violência apontam que a maioria dessas vítimas pertence à faixa etária economicamente ativa, ou seja, até os 30 anos de idade. Algumas delas são chefes de família e ao ficarem parcialmente ou totalmente inválidas desestruturam todo o restante da família, que muitas vezes dependia dessas pessoas para sobreviver.

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